domingo, 24 de março de 2013

O mágico de Oz (versão Clássica)


Sabe quando uma coisa é feita por quem gosta de criança? Mas eu digo das crianças e não do dinheiro das crianças. Margareth Hamilton (a bruxa do Oeste) era professora de jardim de infância antes de ser atriz, só pra dar um exemplo. Mas você pode se perguntar: o que o Vaticano tem a ver com as bruxas e macacos alados? Como assim bruxas boas e bonitas? Não foi a Igreja que liderou uma "caça às Bruxas" na Idade Média? É, meu caro leitor, precisamos estudar mais! Mais abaixo faremos algumas citações para colocar um pouco mais de Luz nessa página da história da Igreja. Antes, falemos sobre o Filme.

Ele conta a estória de Dorothy que, após ter uns problemas por causa do seu cãozinho Totó é levada com sua casa para a terra de Oz e lá parte em uma jornada, para encontrar o mágico que todos dizem poder ajudá-la. No caminho, ela encontra muitos amigos e uma inimiga: A Bruxa do Oeste.

O filme está na categoria "Arte", mas não deixa de ter muitos valores como: fidelidade, amizade, superação, coragem... Acho que a indicação desse filme mostra que a Igreja, enquanto instituição não é tão cheia de "mimimi" como muitos católicos que vemos por aí, que acham que tudo é uma afronta ou uma perseguição à fé, ou que veem em tudo motivo para "renunciarem".

Com muita tranquilidade o Vaticano foi além das bruxas e animais mitológicos e viu uma obra de arte bem coesa e com valores que valiam a pena compartilhar. Os atores Ray Bolger, Bert Lahr e Jack Haley foram além do simples amor à arte e da interpretação.  Eles passaram pelo sacrifício; os três tiveram que fazer suas refeições ainda com toda a maquiagem no camarim porque eles assustavam os outros atores e membros de equipes de outros filmes. A roupa do Leão foi feita de pele de leão de verdade e Lahr passava o dia suando com o calor de quase 40 graus, produzido pelos holofotes, a fantasia estava encharcada no final do dia e tinham dois empregados da MGM cujo trabalho era secar a peça durante a noite e só era lavado de vez em quando. Imaginem o fedor daquela coisa... a Maquiagem do espantalho deixou marcas no rosto de Ray Bolger por quase um ano. Frank Morgan faz 5 papéis no filme, cada um com suas características próprias.

Sim, mas e o filme?

É um musical envolvente, com canções fáceis de cantar junto, sem perceber já fomos absorvidos pelo mundo mágico de Oz e estamos torcendo pelos novos amigos. Ele tem o poder de nos animar e decepcionar, de nos fazer rir e chorar... Ok. Chorar nem tanto, mas o que fica é o quanto o filme nos faz entrar na realidade apresentada. Sem se preocupar com bruxarias e a veracidade do que se passa nesse mundo, eu sugiro que você simplesmente se divirta.

Voltando a falar de inquisição, tocamos no "dilema da história" e no problema da interpretação dela, neste nosso século, onde a precisão da ciência é tão enfatizada não podemos desviar da História.
Neste caso, sempre vamos ser confrontados com um conflito entre "fato" e sua "interpretação" (...) e a pretensão dos que querem impor a sua leitura profética sobre estes como a única e certa verdade dos fatos vai valer de nada. História, portanto, nunca deve ser esquecido, sua figura é como Janus: de um lado, ele ri, no outro chora; bem e o mal sempre se contrastam e eles vão sempre redescobrir a si mesmos, sem permitir uma visão clara dos acontecimentos. Certamente, o historiador será chamado, para usar a expressão de Leão XIII, a "não afirmar nada do que é falso e para não deixar passar em silêncio tudo o que é verdadeiro", mas, apesar disso, seremos sempre filhos de uma pré- compreensão, e nunca seremos verdadeiramente livre de comprometimentos. Diante de um fato histórico, sempre vamos estar com e somente com a consciência da "aproximação" porque nunca será capaz de alcançar a globalidade dos atos que estão na base dos acontecimentos históricos. 
É suficiente para um site do tipo "neutro" para imediatamente verificar tudo o que eu tento descrever. Se falamos de catacumbas, todo mundo pensa imediatamente daqueles lugares onde os cristãos se esconderam por medo dos romanos maus! Sabemos perfeitamente que as catacumbas, absolutamente, não só não têm este papel como que serviram apenas como cemitérios normais do enterro de cristãos. Se passássemos para o tema da inquisição, a passagem já não é tão inócua. Quem pronuncia a palavra inquisição pensa imediatamente dos bandidos e bruxas inocentes e do ocultismo da Idade Média ... mesmo com toda a boa vontade dos historiadores especialistas, que terão que trabalhar com afinco para modificar a mentalidade coletiva. 
Os exemplos servem apenas para explicar a necessidade de uma série de exame de consciência, que é capaz de chegar a um julgamento histórico baseado em fatos que são considerados como a "culpa" da Igreja, a fim de verificar se a interpretação que é atingido é verdadeiramente coerente com os fatos como eles evoluíram. É esta a razão que levou a Comissão Histórico-Teológica do Jubileu - sob as indicações estabelecidas por João Paulo II na Tertio Millennio adveniente - para localizar e verificar os eventos que tratam de nossa história: a relação com as nossas origens e da gravata controversa entre verdade e caridade. (A Santa Igreja e o pedido de perdão pelos cristãos - Por Rino Fisichella - Em Italiano - infelizmente não há versão em Português ou Espanhol no site do Vaticano).
É difícil como disse o o cardeal Fisichella traçar uma linha da verdade, muitos dos nossos livros de História no Brasil vieram de estudos Alemães e Ingleses profundamente marcados pela mentalidade protestante e dentro de um contexto de denegrir a imagem da Igreja. Pouco ou nada se sabe no nosso país sobre a inquisição protestante por exemplo.

Não quero culpar os protestantes pela mentalidade formada no mundo acerca disso mas, simplesmente pela parcialidade dos fatos contados na nossa História. Não é desejo da Igreja esconder os fatos ou simplesmente "se inocentar"; Porém, como "guardiã da Verdade" publicou (e ainda há outros por vir) uma série de livros com os Documentos dos julgamentos da inquisição (veja aqui a conferência de Imprensa por ocasião do lançamento da primeira série). Do que se tem notícias, por enquanto, só existem em Latim, língua dos autos, com notas de rodapé em inglês. Ainda temos outra publicação dos autos dos julgamento de cientistas, onde cientistas e pessoas interessadas poderão ver que a Igreja não intimidou o progresso da ciência, dos 86 casos publicados a maioria recebeu "penas" leves e continuou com suas carreiras.

O fato é que a partir da graça do Jubileu do ano 2000 (a comissão foi criada antes, em vista do Ano Santo) a Igreja está determinada a realmente entender o que aconteceu de verdade e não simplesmente se "auto-acusar" nem se "auto-inocentar". Acredito que a postura correta para os católicos não é cegamente e a todo custo inocentar a Igreja ou simplesmente baixar a cabeça e se envergonhar de um massacre que aparentemente não aconteceu.

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