sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Missão




O que um filme precisa para ser muito bom? Uma bela história, um bom enredo, um grande elenco e belíssimas imagens. Então, em A Missão não falta nada disso e tudo é feito em boas proporções.


Uma trama realizada com muito cuidado sobre um conturbado e conflituoso período da nossa história, onde a escassez de mão-de-obra faz com que os índios se tornem alvos de caçadas e forçados a trabalhar em colonias. Mas este é apenas o pano de fundo para uma história ainda mais complexa que recomendo a todos.

A Companhia de Jesus envia seus missionários para atuarem nas chamadas Missões, afim de evangelizar os índios e assim torná-los livres, já que uma vez convertidos não poderiam ser feitos escravos.

Há conflitos de grupos de interesses pelas terras das Missões, já que a escravidão dos índios poderiam eliminar o problema de escassez de mão-de-obra. Os mercadores de escravos ao chegarem nas Missões deparam-se com índios catequisados, que conhecem a música, a Bíblia e que assistem piedosamente as Santas Missas.



Um dos pontos mais marcantes do filme é a conversão de um violento mercador de escravos, Rodrigo Mendoza (Robert de Niro), que ao matar o seu próprio irmão e ao exilar-se em um mosteiro, recebe a proposta de ir para a Missão, e como um penitente, abraça a causa jesuítica passando a estar do lado daqueles que ele perseguia. E isso ganha grande importância no enredo do filme.

A situação, como disse, complexa, se torna cada vez mais tensa, quando as Coroas de Espanha e Portugal resolvem invadir as terras da Missão. Um bispo católico é enviado para mediar a situação e conhecer a Missão de São Carlos e tratar da questão que progride cada vez mais para o conflito. O Bispo sugere que os Jesuítas abandonem as Missões. A reação entre os missionários são as mais diversas, mas para conhecerem mais somente assistindo A Missão.

Comentários sobre o Filme


Algumas pessoas afirmam que o filme, apesar de tratar de um tema real, não é um filme que ofenda a Doutrina Católica. Mas não posso esquecer do comentário que o jornalista Marcio Antônio Campos fez sobre o filme (talvez ele nem se lembre disso), que apesar de muitos verem uma suposta oposição entre "Igreja institucional" e "Igreja dos pobres" no filme, e por isso achar que ele é TL, não tem nada disso, muito pelo contrário. A Teologia da Libertação é uma teoria política de linha marxista já condenada pela Igreja Católica, por abandonar as verdades evangélicas ensinadas conforme a Sã Doutrina Católica e adaptá-la a partir da luta de classes propostas pelos pensamentos de Karl Marx.


De fato, há uma linha de pensamento social que pode deixar transparecer a linha desta teoria política, extremamente nociva a integridade da Fé Cristã, porém, o filme não mostra o pensamento social como a teologia da libertação propõe, sendo que a linguagem do filme supera em muito as pífias intenções dos rebeldes teólogos latino-americanos.

A Igreja Católica, que tendo em sua missão guardar a integridade do Mistério da Fé e anunciá-lo sem manchas, adverte sobre os riscos da teologia da libertação, que visa destruir o senso da Fé por um senso meramente político. Leia o que a Congregação para a Doutrina da Fé explicitou no Documento Libertatis Nuntius sobre os enganos da teologia da libertação:

"Nesta apresentação integral do mistério cristão, será oportuno acentuar os aspectos essenciais que as « teologias da libertação » tendem especialmente a desconhecer ou eliminar: transcendência e gratuidade da libertação em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem; soberania de sua graça; verdadeira natureza dos meios de salvação, e especialmente da Igreja e dos sacramentos."

Portanto, o filme não se mostra nocivo, mesmo aos Católicos mais simples e desinformados e que podem assisti-lo e ter um bom proveito de um filme que em forma romanceada mostra parte de nossa história e sobretudo de nossas raízes cristãs, que são mais belas que o próprio filme.

Outras Informações

O Filme concorreu a 8 Estatuetas do Oscar, vencedor do Oscar de Melhor Fotografia, Ganhador do Palma de Ouro. Além do Oscar de Melhor Fotografia (realmente excepcional), o filme concorreu em mais 7 categorias, sendo de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Figurino (os indigenas são verdadeiros), Melhor Direção de Arte, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora.

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